O sótão
Diz-se que os "macaquinhos" de uma criança (e não só), são guardados no sótão, mas afinal ao que parece são transportados na cabeça.
Mas neste local, normalmente, há objetos “esquisitos” carregados de histórias. Lembro-me do sótão da casa da minha avó materna... Era um espaço escuro de que eu, quando era pequena, tinha medo... com arcas, cheias de memórias, em que raramente me deixavam mexer... Talvez por que ela tivesse medo que eu desordenasse essas memórias e dessa forma elas deixassem de existir...
Na verdade, foi apenas após a sua morte que eu, realmente, “visitei” aquele espaço; que eu, já sem a ajuda dela, “desarrumei” essa parte das minhas origens. E afinal existia – nestes locais, existe sempre! - uma arrumação. Primorosamente... desarrumada. Eram imensas caixas que guardavam tantas coisas (seguramente, preciosas, pelo menos para ela). Devia ser obrigatório existir em todas as casas um sítio assim... Fechado à chave. Um espaço onde o passado se guarda para o futuro de modo a perpetuar as memórias de uma família e o seu “ADN”. E isso é, mesmo, muito bom.