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Ele há dias...

... em que me apetece dizer disparates e escrever o que me vem à cabeça, sem me preocupar em ser politicamente correcta. Este espaço vai servir para isso (pelo menos não gasto papel!).

Ele há dias...

... em que me apetece dizer disparates e escrever o que me vem à cabeça, sem me preocupar em ser politicamente correcta. Este espaço vai servir para isso (pelo menos não gasto papel!).

31
Ago24

a fórmula da felicidade

Mäyjo

Numa passagem do livro “A Lentidão”, de Milan Kundera, lê-se o seguinte: “Quando as coisas acontecem depressa demais, ninguém pode ter certeza de nada, de coisa nenhuma, nem de si mesmo”.

Esta frase expõe a ideia de que o grau de lentidão é diretamente proporcional à intensidade da memória e, por consequência, também o grau de velocidade é proporcional ao do esquecimento. Em síntese, quanto mais depressa passarmos pelas coisas, mais rapidamente as esqueceremos, ao invés, quanto mais lentamente as vivermos, melhor as recordaremos.

Atualmente a rapidez inebria-nos, pois dá-nos uma sensação de liberdade, de força e de poder. Quanto mais velozmente formos do ponto A ao ponto B, mais sofisticados, bem-sucedidos e felizes mostramos ser.

No fundo, é essa a mensagem subliminar implícita a todos os anúncios publicitários de automóveis de alta cilindrada: velocidade + potência = felicidade.

Será essa a fórmula da felicidade?...

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16
Jun24

A arte de ser feliz

Mäyjo

Considero-me uma aprendiza da arte mais difícil de aprender na vida: a arte de ser feliz, mas algumas figuras do passado, como Horácio (o poeta romano), têm dado um contributo valioso para essa aprendizagem.

Ao longo da minha vida deparei-me com coisas difíceis de aprender, mas nenhuma se revelou ser mais difícil do que ser feliz. Os escritos de Horácio têm-me ajudado a perceber as armadilhas em que tive sempre propensão para cair.

A primeira de todas (e que condiciona a felicidade de tantas pessoas) é compararmo-nos com os outros e com a vida afortunada que lhes conferimos. Sim, porque afinal que garantias temos de que os outros sejam tão felizes como imaginamos?

Seja em que situação for, temos sempre tendência para achar que os outros são sempre mais privilegiados. Muitas vezes me perguntei o que fiz de errado para não ter conseguido determinadas coisas… e, nesses exames de consciência masoquistas, consegui identificar os erros todos no meu passado que levaram a “esses fracassos da minha parte”. Porém, a própria premissa desse procedimento está errada, pois de acordo com Horácio: «A verdade é que cada um deve medir-se pela sua própria medida» (Epístolas 1.7.98).

Porque não são as “conquistas” que determinam a felicidade, pois «Aqueles que atravessam as ondas mudam de clima - não de disposição» (Epístolas 1.11.27). Hoje tenho a certeza de ser tão feliz com o que alcancei como teria sido se tivesse seguido um rumo diferente. Sem prejuízo do valor que atribuo ao que alcancei, sei que não é o contexto em que desenvolvo o meu dia a dia que determina a minha felicidade, mas o modo como vivo interiormente esse dia a dia. O facto de sentir uma paixão cada vez maior pela vida e por viver plenamente tudo o que me é permitido, é em si mesmo, um privilégio. Consumirmo-nos com coisas em que não acreditamos é que se presume, de facto, esgotante. «Maça-nos a canseira de não fazermos nada de jeito» (Epístolas 1.11.28).

Quando era mais nova, não ter uma casa luxuosa ou um carro topo de gama era mais um item que eu adicionava à lista das minhas insatisfações. Hoje alcanço o quanto Horácio tem razão: «Com barcos e carros procuramos sentirmo-nos bem. Mas o que procuras está aqui» (Epístolas 1.11.28-29).

«Àquele, a quem agrada a sorte de outrem, a própria sorte desagrada. Cada um está a ser estúpido; e responsabiliza, sem razão, o lugar onde está. A mente é que tem culpa – ela que nunca pode fugir de si mesma» (Epístolas 1.14.11-13).

Obviamente esta filosofia só faz sentido na vida daqueles que não estão sujeitos a contextos penosos. Já mais ajudará quem está a viver no meio de uma guerra, não ajuda quem tem condições de trabalho comparáveis à escravatura, nem quem está sequestrado num relacionamento tóxico. Nestas circunstâncias não faz sentido dizer «O que procuras está aqui».

Horácio viveu também a experiência da guerra, da pobreza e das dificuldades pessoais, pois era filho de um ex-escravo. O facto de mais tarde ter convivido com pessoas do topo da sociedade romana não apagou certamente as feridas psicológicas que ele carregava. Mas há uma grande verdade nesta sua frase: «Não é aos ricos somente que cabem as alegrias» (Epístolas 1.17.9). A valorização do momento presente é o facto que mais felicidade pode proporcionar: «O que está presente, lembra-te de organizar, sereno; as restantes coisas ao modo de um rio são levadas» (Odes 3.29.32-34).

Olhar para a frente (seja com receio ou entusiasmo) não traz qualquer vantagem: «Prudente, o desfecho do tempo futuro em noite obscura o deus esconde» (Odes 3.29.29-30).

E para terminar, duas citações para pensar uma vida inteira:

«Aquele dono de si e feliz viverá, a quem for lícito no fim do dia ter dito: "Vivi. Amanhã, que com negra nuvem o Pai cubra o céu ou com sol puro. Porém, anulado não fará o que está para trás; nem alterará ou trará de volta, anulado, o que, uma vez, a hora fugidia trouxe".» (Odes 3.29.41-48)

«Que eu tenha o que tenho agora ou até menos; e que eu viva para mim o que resta da minha vida, se os deuses quiserem que algo reste. Que eu tenha boa quantidade de livros e de comida guardada para um ano; e que eu não vacile ao sabor da esperança de cada momento duvidoso. É suficiente orar que Júpiter (ele que põe e tira) me dê vida, me dê meios; eu darei a mim mesmo uma mente serena.» (Epístolas 1.18.107-112)

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02
Jun24

Luxos

Mäyjo

Hoje gostava de compartilhar uma lista de 21 verdadeiros luxos – alguns são coisas palpáveis e outros são tudo menos tangíveis e só podem ser experimentados.

O ponto em comum que cada um dos itens tem é que, para apreciar as riquezas quando somos presenteados com elas, devemos estar atentos à jornada que as trouxe para nossas vidas. Uma lição tão simples e uma das principais chaves para viver uma vida simplesmente luxuosa.

Vamos lá...

 

Verdadeiro luxo. . .

  • ... não acontece por acaso.
  • ... é uma noite de sono repousante, profunda e ininterrupta.
  • ... é ter a capacidade de pensar por si mesmo e ter a força para fazê-lo.
  • ... é ter alguns dias de folga por semana e férias durante o ano para fazer o que quiser.
  • ... é estar aconchegado perto de uma lareira crepitante com um chocolate quente.
  • ... é ter um corpo e uma mente saudáveis​.
  • ... é ter a sabedoria de respeitar que nada é garantido.
  • ... são roupas feitas por medida.
  • ... é ter tempo para desligar a tecnologia.
  • ... é ter menos itens, mas melhores.
  • ... é ter-se tornado o mestre dos seus pensamentos.
  • ... é entender a diferença entre necessidade e desejo e ter disciplina para aceitar a diferença.
  • ... é ter controle sobre as emoções e não permitir que outros as dominem.
  • ... é encontrar a paixão na vida e descobrir como integrar essas paixões na vida cotidiana.
  • ... é ar puro.
  • ... é desfrutado sem necessidade de aprovação e aplausos, mas apenas de autossatisfação e realização.
  • ... é ter a oportunidade de ler algo novo todos os dias.
  • ... é sentirmo-nos confortáveis na nossa própria pele.
  • ... não é ter as “coisas” mais recentes e elogiadas do mercado, mas ter o que nos permite viver uma vida melhor e mais gratificante.
  • ... é ver a vida como um belo presente e uma aventura e recusarmo-nos a viver a vida de outra pessoa.
  • ... leva tempo para se concretizar

 

Todos nós temos o desejo inato de criar uma vida melhor para nós próprios. E embora nem sempre saibamos como fazê-lo, quando nos sentimos confortáveis desejamos permanecer assim ou queremos descobrir como conseguir esse sentimento específico. Como disse Coco Chanel “O luxo deve ser confortável, caso contrário não é luxo”. E se comprarmos coisas em excesso “por engano”, não estaremos tornando nossas vidas mais confortáveis, mas sim trazendo mais stress para as nossas vidas. Portanto, é fundamental que vivamos conscientemente, tomemos decisões com base em julgamentos sólidos e no que é melhor para a vida que queremos viver e não para a vida que os outros querem que vivamos. Porque se escolhermos ouvir o que as nossas vidas estão a tentar dizer-nos, sobre o que funciona, o que não funciona e porquê, iremos perceber que estamos a viver luxuosamente todos os dias.

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07
Jul23

Porque estás sempre na Lua?

Mäyjo

— Porque estás sempre na Lua?

— Para ver a careca das pessoas.

É divertido ver o lado menos perfeito das pessoas, aquele que tentam esconder a toda a hora. Como se tivesse alguma piada aquilo que não tem falhas, que parvoíce.

Acho que no mundo se escondem mais gargalhadas do que ferimentos. Parece que a felicidade é mais proibida do que a dor.

Se concordas comigo ri muito agora mesmo, estejas onde estiveres.

Agora olha à volta e vê como te olham. Hilariante, não é?

Pedro Chagas Freitas

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24
Mar23

A gente escolhe um caminho

Mäyjo

“A gente escolhe um caminho na esperança de que ele vá nos conduzir a um lugar de alegria.

Tolos, pensamos que a alegria está no final do caminho, e caminhamos distraídos, sem prestar atenção, afinal de contas, caminho é só caminho.

Com frequência, a gente não chega lá, porque morre antes.

Mas há uns poucos que chegam ao lugar sonhado - Só para descobrir que a alegria não mora lá.

Caminharam sem compreender que a alegria não se encontra no final, mas às margens do caminho.”

___Rubem Alves

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09
Fev23

Um cheiro sente-se...

Mäyjo

Um cheiro sente-se quando se fecham os olhos, não é?

E escuta-se. Porque todos os cheiros têm um som.

Sentada na areia húmida ouço o som do mar.

Escuto os segredos que ele quer partilhar comigo...

Dos sítios por onde andou, das pessoas que já viu, das lágrimas que se fundiram com ele...

As ondas vêm e vão. A espuma da rebentação presenteia-me com uma melodia quase maravilhosa... é como se milhões de vidrinhos se juntassem, para gerar uma sinfonia encantadora.

Cruzo as pernas e deixo que o sol me anime. O vento afaga-me os cabelos. O cheiro a maresia entranha-se-me no corpo e na alma. Relaxo. Respiro o ar salgado que me revigora. Fecho os olhos. Deixo-me transportar pelo som das ondas e do vento. Sinto-me leve e em paz.

Penso: Quantas vezes fazemos aquilo que realmente queremos fazer? Aquilo que nos dá gozo, que nos completa no que há de mais profundo na nossa essência...

Sinto a paz a invadir o meu corpo e, sobretudo, o meu coração.

Acredito que a vida sabe sempre onde é o nosso lugar.

Mais uma vez, sinto que este é o meu lugar. Que é aqui que pertenço. A esta praia, a este mar, a esta vida!

Aqui, com o mar, o sol e o vento como companhia sinto-me em casa.

É aqui que pertenço.

Sozinha.

Mas nunca efetivamente só!

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23
Jan23

Gosto...

Mäyjo

Gosto do exagero. Sou intensa porque tenho urgência na vida.

Custou-me já bastante deixar algo para depois. Aprendi a não adiar e a elevar as vontades.

As minhas que também contam e importam. Não me demorar em fretes.

Trabalhar melhor para conseguir trabalhar menos. Organização muda tudo e o foco também.

Sensível. Sofro por nada, amo por todos. Preocupo-me demais.

Choro rios. Sorrio comédias. Sonho infinito.

Agradeço muito. Felicidade é o meu nome do meio para que no fim tudo valha a pena!

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14
Jan23

À procura da felicidade

Mäyjo

O que é ser-se feliz?

Não é fácil responder, pois não existem fórmulas mágicas, rápidas e imediatas. A felicidade é um caminho que precisa de ser construído por cada um de nós. 

Um caminho que, por vezes, pode ser doloroso e que implica, por um lado, tomar consciência das vulnerabilidades e fragilidades individuais e, por outro, comprometermo-nos com ações que, aceitamos como boas, mas que exigem uma força de vontade e coragem que por vezes esquecemos, ou achávamos que nem tínhamos.
Que difícil é este caminho quando tudo à volta parece desconhecer que este conceito existe!
A felicidade não é algo que simplesmente acontece. Todos temos o poder de fazer pequenas mudanças no nosso comportamento, no ambiente à nossa volta e nas nossas relações que podem colocar-nos no caminho para uma vida mais feliz. Mas temos de entender e aceitar que não controlamos tudo o que acontece e que isso é mesmo assim.
Mas afinal o que é a felicidade?

Todos queremos ser felizes, mas poucos sabemos o que é a felicidade e como se constrói. Ora, este é um conceito que não é consensual. Porém, todas as definições revelam dois denominadores comuns: 
1. a felicidade envolve emoções agradáveis; 
2. a felicidade é caracterizada por sentimentos de contentamento e satisfação com a vida ou com a situação atual. 
Posto isto, no caminho para a felicidade (assim como todos os caminhos da nossa vida), os momentos de paragem são fundamentais. Por exemplo, estar em contacto com a Natureza é fantástico.

 
Bom Caminho!

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08
Jan23

A idade traz-nos...

Mäyjo
A idade traz-nos sabedoria. E com ela, em vez de uma vida apressada, vem a vontade de viver de uma forma mais gratificante, sem nos preocuparmos com o que outros pensam, se gostam ou não gostam, se aceitam ou criticam.
Com a idade, vem a tranquilidade de sermos nós mesmos. Com rugas. Com cabelos brancos, mas sempre com sonhos no brilho dos nossos olhos. A capacidade de sonhar ajuda-nos a viver. A andar para a frente. A fazermos coisas que nos deem prazer ou que nos façam sentir mais felizes.
 

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Do baú das memórias
Publicado originalmente no FB a 26/09/2018

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