Envelhecer
Qualquer pessoa pode envelhecer – tudo o que precisa de fazer é viver o tempo suficiente.
Discurso do 80º aniversário de Isabel II, citando Groucho Marx
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Qualquer pessoa pode envelhecer – tudo o que precisa de fazer é viver o tempo suficiente.
Discurso do 80º aniversário de Isabel II, citando Groucho Marx
A arte do envelhecimento é a arte de preservar alguma esperança.
*André Maurois*
ser uma mulher que envelhece
sem pressas, a ver as rugas formar-se no rosto
com os cabelos que vão embranquecendo ao ritmo da passagem do tempo.
o olhar que por vezes se perde na tristeza do horizonte.
aquela mulher que se senta no canto da sala e observa as outras mulheres iguais a si,
também elas sentadas, a folhear as páginas da vida em revistas velhas.
sentem-se fitadas, contempladas nos seus gestos lentos,
de uma labuta invisível no seu seio materno.
e persistem na espera da passagem dos dias,
fugindo à claridade da vida, resguardando-se da rua,
e declamam, baixinho, elegias que só os seus lábios
logram entoar.
O tempo, que é um dos nossos bens mais valiosos e que tantas vezes descuramos com coisas inúteis, aquilo que vulgarmente chamamos de perda de tempo.
Perante a passagem do tempo, só nos resta seguir em frente. Apreciar o que a vida tem para nos dar. E entre as coisas boas que a vida nos permite está o tempo que passamos com os outros, o tempo que passamos a falar, a conversar, a construir memórias...
Quando eu vivia os vintes não pensava muito no envelhecer, como acho que acontece com todos quando têm essa idade.
Agora depois de ultrapassado meio século de vida, acho que não é assim tão mau... se esquecermos as dificuldades práticas da vida, pois o corpo já não responde como antes.
Afinal esse corpo é a embalagem do que eu sou e do que realmente importa de mim. Esta pele é a pele que embrulha a mulher de quem me orgulho. Ela envolve um universo que é muito maior do que a aparência.
Se os outros me acham ou não bonita, pouco me importa.
Eu aprendi a amar tudo o que está dentro dos limites desta minha pele. Deixei de ser insensível comigo mesma, deixei de me criticar, de me questionar porque o meu corpo não era mais como dantes e comecei a ser amiga de mim mesma.
Se tenho pele mais escura e com sinais, se tenho varizes, se tenho rugas... é porque vivi! É porque o tempo passou por mim!
“A beleza verdadeira, a beleza poderosa, a beleza que arrasa e vai além é a que vem do amor que sentimos pelo que somos. E não pela embalagem. Ser, não ter", como disse Paola Carosella.
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