Destralhar
Às vezes tento destralhar... mas não é fácil.
Quando mudei de casa fiz uma grande “limpeza” e sobrava espaço “para dar e vender”; hoje em dia já não é assim... acabo por guardar isto e aquilo; há sempre um local onde “cabe mais alguma coisa”.
O desapego é uma arte difícil. A ligação às coisas tem uma força emotiva tão grande, criamos com eles laços que reavivamos pelas recordações. Fazer a triagem do que queremos continuar a guardar, porque usamos e nos faz falta, daquilo que afinal não precisamos, não é tarefa fácil. É tão difícil colocar de parte o que já não usamos. Tudo nos faz falta. Não usamos agora, mas quem sabe se daqui a uns tempos não vamos precisar!
Li algures uma dica (da guru da organização Marie Kondo) que me poderá levar a estabelecer um critério que me ajude no meio da necessidade e do apego sentimental: se não usei determinado objeto nos últimos 7 anos, muito provavelmente não me faz falta e deverá ter um novo destino. Este critério parece-me bom para todas as coisas que vamos acumulando. Destralhar não é fácil, mas vai ter de que ser...