Esse ano...
Janeiro não conta!
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Janeiro não conta!
Dizem que o Caminho chama por nós. Talvez seja verdade, não sei.
Em junho de 2019 decidi cumprir não tanto um desejo antigo, mas mais uma curiosidade antiga: fazer o Caminho de Santiago.
Não sou religiosa, pelo menos da forma convencional, mas tenho um certo respeito pela religião, principalmente por aquela em que fui educada.
Ao longo do tempo fui desenvolvendo o meu lado espiritual, de acordo com a minha forma de encarar a vida. A vontade de fazer o Caminho de Santiago não resulta de um desejo religioso (a minha mão sempre disse que todos temos de lá ir; se não formos em vida, vamos depois de mortos) mas sim da vontade/necessidade de concretização de uma experiência que considero transcendente: fazer o meu caminho.
O que eu pretendo é sentir a experiência do peregrino, do despojamento, da partilha, tanto de experiências como do espaço nos albergues, da exaustão física. Quero superar-me, sair da minha zona de conforto e arriscar uma coisa totalmente diferente.
Há muito tempo que falava desta vontade, cá por casa e com alguns amigos mais prováveis de alinhar nesta aventura. Havia sempre quem dissesse que também gostava de ir, mas nunca se efetivava nada. Nunca tinha propriamente procurado companhia e acabei sempre por não ir.
Eis que, num almoço de amigos, a A., com quem já tinha abordado o assunto, diz: “Vamos!”
Combinam-se algumas coisas: altura, como fazer... chegamos àquele fatídico mês de março de 2020 e instala-se esta nova realidade em que fomos vivendo até hoje. Mais uma vez não se efetiva esta vontade!
Começo a pensar que se estiver sempre à espera do momento certo nunca irei... Pergunto-me se algum dia conseguirei fazer o Caminho de Santiago?
Nunca viajei sozinha, pelo que já pensei muitas vezes em pôr pés ao caminho sozinha; resolvia duas questões em simultâneo: ia e ia só eu.
Milhares fazem o Caminho todos os anos, mas cada um faz o seu Caminho.
Vamos ver se consigo, efetivamente, caminhar o Caminho...
Decisão
Em cada ano que começa, gosto de olhar para trás. Contemplar e refletir.
É um exercício que me faz pensar no que fiz, no que quero fazer, no fundo, que rumo e sentido quero continuar a dar à minha vida.
Acredito sempre que todos os anos nos trazem coisas boas. Acredito, também, que cada um de nós consegue fazer as escolhas certas de modo a ser feliz. Mesmo quando há coisas que não controlamos ou que não dependem de nós.
Acredito que há sempre caminhos... se nos deparamos com um muro? Esperamos. Ponderamos e arranjamos maneira de o superar. Nem que para isso tenhamos que construir degraus.
Na vida há sempre dias menos bons, em que nos falta a energia, em que colocamos em dúvida muitas coisas, mas também há outros, em que parecemos estar ligados à corrente e sentimos cá dentro uma voz forte e determinada que nos diz: Tu consegues! Tu consegues! Vai, força! Esses são os melhores dias! E que esses, ao fim de um do ano, sejam sempre a dobrar em relação aos outros.
A nossa atitude perante a vida faz toda a diferença. Como diz o ditado: “Ao ver um copo com água, gosto sempre de pensar que está meio cheio e não meio vazio!”
A gratidão é um sentimento de reconhecimento pelo bom que a vida nos oferece. Sinto-me grata pelas coisas boas que 2017 me trouxe. Pelas oportunidades. Pelos momentos doces que vivi. Por ter aqueles de quem gosto, perto de mim. Por acordar todos os dias junto da pessoa que escolhi para partilhar a minha vida!
Sabe bem saber que “a minha mais velha” e “o meu mais novo” irão estar lá quando eu preciso e que me estendem a mão e me dizem muitas vezes: "Tu és capaz"!
Nos balanços finais de um ano, entre as coisas boas e menos boas, só gosto de contar e relembrar o que de bom pude viver. É disso que se alimenta a minha energia, a minha vontade e força para continuar.
Vivi momentos felizes com alguns amigos. Reencontrei-me com outros, distantes pelo passar dos dias, mas sempre presentes no lado esquerdo do meu peito.
Em 2017 não pude abraçar o meu pai, mas continuei a poder abraçar a minha mãe... e dizer-lhe, muitas vezes, gosto de ti!
Em 2017 olhei para o azul do céu. Vi o pôr do sol no final de um dia de praia. Ri-me. Fiz rir. Olhei a noite estrelada numa noite quente de Verão. Ouvi, pela primeira vez, fado ao vivo. Cantarolei, no carro, vezes sem conta. Viajei muito... Coloquei flores nas jarras que tenho espalhadas pela casa. Brinquei e corri com os meus cães na praia. Vi as flores e a minha horta crescer. Apanhei fruta madura nas árvores.
Em 2017 tentei agarrar a felicidade das pequenas coisas. Dos pequenos nadas que somados se tornam gigantes.
Que 2018 seja um ano que nos continue a permitir sonhar!
Ano que vem... A frase preferida para esta época onde o ano atual, os últimos dias, já não servem para mais nada.
A gente fica ansioso para o tempo passar e os próximos 365 dias chegarem logo. Não faltam planos, vontades, resoluções
para este começo totalmente novo que o 1º de janeiro traz.
Da minha parte, não me importo de começar o ano novo com tudo igual. Como eu tenho andando modesta, vou pedir que tudo permaneça. Que eu continue amando e sendo amada com leveza.
Que eu continue confortável com minha profissão. Que eu continue aproveitando a companhia de amigos e familiares queridos.
Que eu continue com saúde, alegria e paz.
Este foi um ano de colheita, depois de um plantio realizado com muito esforço, dificuldades e solidão.
Hoje vivo num tempo de crescimento sem dor e com mais consciência. Só tenho a agradecer e pedir que tudo i
sso não mude.
Feliz tudo de novo!
AMOR!*
*há dias perguntaram-me se ainda acreditava e se ainda tinha esperança "nisto".
É óbvio que sim - mesmo sem o ter, mesmo sem o sentir - porque se deixar de acreditar, aquilo a que eu chamo vida perde sentido
Li algures na net uma bela proposta que gostaria de ver aceite por muitos pais portugueses, quando em breve voltarem a levar os filhos à escola.
Reza assim, em tradução livre:
“Cinco dias por semana, ensinamos os vossos filhos./Significa isso que os educamos./ Que brincamos com eles./ Que os disciplinamos./Que nos divertimos com eles./ Que os consolamos./ Que os elogiamos./ Que os questionamos./Que batemos com a cabeça na parede por causa deles./ Que rimos com eles./ Que nos preocupamos com eles./ Que tomamos conta deles./ Que sabemos coisas deles./ Que investimos neles./ Que os protegemos./ Que os amamos./Todos nos deixaríamos matar pelos vossos filhos./Não está escrito em lado nenhum./ Não faz parte do manual do professor./ Não vem citado nos nossos contratos./ Mas todos o faríamos.
Por isso, por favor, hoje à noite, deem aos vossos filhos, sim, um abraço muito, muito apertado.
Mas na segunda-feira, se virem os professores dos vossos filhos, abracem-nos também a eles.”
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