A beleza verdadeira
Quando eu vivia os vintes não pensava muito no envelhecer, como acho que acontece com todos quando têm essa idade.
Agora depois de ultrapassado meio século de vida, acho que não é assim tão mau... se esquecermos as dificuldades práticas da vida, pois o corpo já não responde como antes.
Afinal esse corpo é a embalagem do que eu sou e do que realmente importa de mim. Esta pele é a pele que embrulha a mulher de quem me orgulho. Ela envolve um universo que é muito maior do que a aparência.
Se os outros me acham ou não bonita, pouco me importa.
Eu aprendi a amar tudo o que está dentro dos limites desta minha pele. Deixei de ser insensível comigo mesma, deixei de me criticar, de me questionar porque o meu corpo não era mais como dantes e comecei a ser amiga de mim mesma.
Se tenho pele mais escura e com sinais, se tenho varizes, se tenho rugas... é porque vivi! É porque o tempo passou por mim!
“A beleza verdadeira, a beleza poderosa, a beleza que arrasa e vai além é a que vem do amor que sentimos pelo que somos. E não pela embalagem. Ser, não ter", como disse Paola Carosella.