Nada é demasiado bom
Nada é demasiado bom.
Tudo é demasiado bom.
Nada é demasiado bom para mim.
Tudo é demasiado bom para mim.
Nada ou tudo… tem muita coisa no intervalo.
Fico pelo início porque foi o que pensei primeiro.
Eu sou merecedora de tudo o que é bom.
Nada é demasiado bom para mim.
Mereço o melhor homem, a melhor amiga, a melhor família, o melhor dia possível, o melhor de dois mundos se fizer viagens intergalácticas, o melhor da vida enquanto cá andar e o melhor das vidas futuras porque mereço acreditar nisso ou noutra coisa.
Eu sou suficientemente boa para qualquer coisa.
Eu sou boa que chegue para qualquer um.
Basto eu para merecer a perfeição e está errado quem diz que não.
Se for demasiado sofisticado… é para mim.
Se for demasiado lindo… é meu.
Se for demasiado inteligente… já o percebi.
Se for demasiado astuto… já o topei.
Se for para outra pessoa… serei quem quiser.
Se for demasiado longe… faço a viagem.
Se for de outra cor… pinto-me.
Se for triste… sorrio até ser outra coisa.
Se for um traste… deixo estar.
Se for demasiado perto… abraço.
Se for difícil… é fácil.
Se for bonito… é de caras.
Se for a coisa mais impossível… pode ser que me apeteça.
Se for brilhante… alegra-me.
Se for demasiado barulhento… tiro o volume até passar pela porta sem dificuldades.
Se for para outra… faço por ser para mim.
Faço até que seja eu.
Se for demasiado bom… se for demasiado perfeito… se for demasiado… se for demasiado será o futuro.
O futuro é daqui a um segundo, por isso falta demasiado pouco.
in "O Manual da Felicidade" de João Negreiros