a fórmula da felicidade
Numa passagem do livro “A Lentidão”, de Milan Kundera, lê-se o seguinte: “Quando as coisas acontecem depressa demais, ninguém pode ter certeza de nada, de coisa nenhuma, nem de si mesmo”.
Esta frase expõe a ideia de que o grau de lentidão é diretamente proporcional à intensidade da memória e, por consequência, também o grau de velocidade é proporcional ao do esquecimento. Em síntese, quanto mais depressa passarmos pelas coisas, mais rapidamente as esqueceremos, ao invés, quanto mais lentamente as vivermos, melhor as recordaremos.
Atualmente a rapidez inebria-nos, pois dá-nos uma sensação de liberdade, de força e de poder. Quanto mais velozmente formos do ponto A ao ponto B, mais sofisticados, bem-sucedidos e felizes mostramos ser.
No fundo, é essa a mensagem subliminar implícita a todos os anúncios publicitários de automóveis de alta cilindrada: velocidade + potência = felicidade.
Será essa a fórmula da felicidade?...