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Ele há dias...

... em que me apetece dizer disparates e escrever o que me vem à cabeça, sem me preocupar em ser politicamente correcta. Este espaço vai servir para isso (pelo menos não gasto papel!).

Ele há dias...

... em que me apetece dizer disparates e escrever o que me vem à cabeça, sem me preocupar em ser politicamente correcta. Este espaço vai servir para isso (pelo menos não gasto papel!).

18
Mai20

Os nossos idosos...

Mäyjo

Os nossos idosos foram quase sempre pessoas extraordinárias ao longo de sua vida “produtiva”. Eles têm, quase sempre, uma história linda de perseverança, de coragem, de derrotas e superações. Eles têm uma história, que está viva em nós!

Por isso, hoje, quando eles beneficiam (sem culpa) de momentos de inutilidade, eu me encho de ternura. É bom vê-los sem a neurose das contas, sem a necessidade de cumprir afazeres, obrigações.

Nas suas vidas inúteis eles estão livres!! Eles podem conversar com os amigos imaginários nas fotos, eles podem saborear os pequenos prazeres da vida: dormir, passear, ouvir música sem preocupação. Agora chegaram àquela fase da vida em que têm quem cuide deles, quem lhes dê as refeições a horas, lhes lave a sua roupa, lhes dê o banho, quem dance com eles, e lhes ponha na cama cobertas quentinhas. 

Eles são vidas que foram vividas na plenitude, mas, em muitos casos, sempre acorrentadas ao trabalho, à obrigação, ao dever. Agora, não. São corpos dançantes, que tomam vinho e dispensam o que não querem comer. 

É por isso que a vida deles importa. Tanto quanto a de um jovem que ainda não viveu tudo o que eles já percorreram. É por isso que não é possível (não se deve) escolher entre um e outro. Cada um é um universo. O jovem, ainda em jornada. O velho, que já cumpriu tanto. 
A proposta do “deixa morrer os velhos e os fracos”, que aparece agora, com a pandemia, tem-me consumido os dias e noites. Não posso aceitar. Porque, como Manoel de Barros, tenho respeito pelas coisas inúteis, que existem apenas para prazer. Um velho dedal esquecido numa caixa, um quadro sem valor, um lápis de cor partido. Coisa que lembram beleza. Os velhos, esses seres de tanta vida, são assim. Seres de fruição. Evocadores de beleza. Eles merecem viver sem a pressão de serem úteis. 

Eles são velhos, inúteis agora, mas já traçaram um caminho nesse mundo imenso. As suas vidas importam. E muito. Assim como a vida de todos os velhos e velhas desse planeta azul, cheios de histórias, memórias e encantos!

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16
Mai20

Eu quero...

Mäyjo

Eu quero voltar a sentar-me à beira Tejo a ver um pôr do sol...

Sem máscaras, sem medos, respirando a liberdade de existir. No sentido literal da palavra. Nunca pensei estar para isto guardada...

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14
Mai20

Em modo de resumo...

Mäyjo

Com tanto tempo, em casa, em frente ao computador e aos ecrãs, decidi voltar a dedicar-me, um pouco mais, aos blogs.

Ando há demasiado tempo neste vai-não-vai, sem muita paciência, entre o desta-é-que-é e o fica-pr'amanhã, pois a minha disponibilidade foi sendo transferida, aos poucos, para as redes sociais.

Ultrapassada a barreira dos 1.000 artigos publicados - é hora de fazer um balanço.

Depois de 11 anos, feitos no dia 8 de fevereiro, com altos e baixos, mais entusiamo ou mais desapego, eis que cheguei até aqui...

Vale a pena?

Quem vê o blog?

Muito obrigado a todos os que veem o blog...

Este blog conjuga-se na primeira pessoa do singular.

Não procura ser diferente, nem ser como os melhores: os mais cuidados, os originais, os que tem informação, talento e criatividade - conteúdo (os que estão na lista de links preferidos e pelos quais se passa todos os dias, para se aprender algo que não se sabe).

Ensaia ser um blog anónimo (sem política, sem futebol e sem religião). Para eu mais tarde me poder lembrar de momentos da minha vida e poder mostrar aos meus netos o que eu fazia, o que eu escrevia.

Isto tudo faz sentido? Chega-se a algum ponto, além da vaidade pessoal?

Não me preocupa se o blog interessa, de facto, a mais alguém e se isso resulta em algum proveito tangível, concreto, a esse alguém interessado!

Vale a pena?

Sim para mim vale!... e enquanto me der prazer vou continuar.

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13
Mai20

O mundo já mudou...

Mäyjo

Alguns professores sentem-se ausentes ou culpados por não conseguir dar aulas online ajustadas. Outros usam todo o seu tempo em casa para produzir materiais e criar estratégias e narram surtos de produtividade...

Tudo isso é ruído — negação e ilusão.

Neste momento, essa negação só serve para atrasar o processo fundamental da aceitação, que permite que possamos reinventar-nos nesta nova realidade.

No fim desta viagem de aceitação estão a esperança e a resiliência. 

Não importa o que vier depois: juntos, estaremos preparados e fortalecidos!

A calamidade é uma grande professora!

Temos de nos conceder permissão para ficarmos “ausentes”... para deixarmos que isso mude o modo como pensamos e como vemos o mundo.

O que realmente importa é que consigamos trabalhar para estabelecer a nossa serenidade, a produtividade e o nosso bem-estar sob estas condições prolongadas de desastre.

Nenhum de nós tem real noção de quanto tempo esta crise ainda vai durar. Gostaríamos de saber que, pelo menos depois do verão, tudo vai ficar bem...  Essa incerteza enlouquece-nos!

Porém, virá o dia em que a pandemia estará acabada. Vamos abraçar nossos vizinhos e amigos. Vamos retornar as nossas salas de aula e cantinhos do café. Nossas fronteiras voltarão a abrir-se para a livre circulação. Nossas economias, um dia, estarão recuperadas das recessões que ainda estão a chegar...

Só que, por enquanto, ainda estamos no meio desta jornada. Muita gente ainda não entendeu que de facto o mundo já mudou!

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12
Mai20

Viagem

Mäyjo

 

Viajas dentro de ti e nada mais importa.

Há uma linha de comboio desativada

que te leva até ao outro lado do mundo

e tu andas ao longo dela,

mala de sonhos na mão esquerda,

guarda chuva na direita,

não vá a chuva ou mesmo o nevoeiro estragar o que está na tua cabeça.

E já estás lá...

O corpo a passar para outra dimensão, a tua!


(MALENA)

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11
Mai20

Fui ver o Tejo...

Mäyjo

Há imenso tempo que andava a dizer que tinha saudades de ver o mar!

"Não quero mais nada; só queria ver o mar!" - dizia eu.

"Não podes! " - respondiam-me cá em casa...

Hoje tudo se conjugou e consegui ver o Tejo... e lá bem ao fundo o Mar!

Soube tão bem aqueles breves minutos!!

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10
Mai20

QUANDO TUDO TERMINAR...

Mäyjo


Vamos sair à rua...

Com o cabelo mais comprido e mais branco.
Com as mãos e as casas limpas, mas com roupas antigas.
Com medo e vontade de estar fora.
Com medo e vontade de conhecer alguém.


Vamos sair com os bolsos vazios e as despensas cheias.
Nós conseguiremos fazer pão e pizza e aprendemos a não desperdiçar a comida que pode faltar...
Recordaremos que um médico ou enfermeiro deve ser aplaudido mais do que um jogador de futebol,

e que o trabalho de um bom professor não pode ser substituído por um ecrã!
E que costurar máscaras, em certos momentos é mais importante do que fazer alta costura!
Que a tecnologia é muito importante, com rigor é essencial, quando é bem usada,

mas pode ser perniciosa se alguém quiser usá-la para fins próprios.
E que nem sempre é indispensável entrar no carro e fugir, sabe-se lá para onde...


Vamos sair mais sozinhos, mas com vontade de estar juntos.
E vamos achar que a vida é boa porque estamos vivos.
E que somos gotas de um mar.
E que só juntos conseguiremos sair de certas situações.
Que às vezes o bem ou o mal, vem de quem menos se espera.


E vamos olhar para o espelho.
E vamos decidir que talvez o cabelo branco não seja assim tão mau.
E que a vida em família é importante e amassar pão para eles nos faz sentir importantes.
E aprenderemos a ouvir respirações e a olhar nos olhos, para proteger a quem amamos.
E a respeitar algumas regras básicas de convivência.
Talvez seja assim.
Ou não.
Mas esta manhã, num dia de primavera, eu quero acreditar que tudo é possível e que se possa mudar para melhor!

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09
Mai20

Muito obrigada COVID-19

Mäyjo

Apesar das muitas consequências negativas, este poderá ser/ter sido um momento de grande crescimento para quem o souber aproveitar.

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Os desafios que este vírus nos colocou:

1- Obrigou-nos a estar com a família que escolhemos, seja por casamento, seja por nascimento:

  • é altura de assumirmos o que gostamos ou não,
  • é altura de vermos quem temos nas nossas vidas,
  • é altura de fazermos escolhas nas nossas vidas.

2- Obrigou-nos a estar longe do trabalho:

  • é altura de percebermos porque trabalhamos,
  • é altura de compreender se é esse o trabalho que nos realiza,
  • é altura de entender a distância e tempo que dispendemos com o nosso trabalho.

3- Obrigou-nos a comprar o básico:

  • é altura para aprender a viver com o essencial,
  • é altura para compreender o que é o indispensável,
  • é altura para perceber de onde vem o que não é básico,
  • é altura para perceber o engano atrás do não básico.

4- Colocou-nos frente a frente com o medo:

  • de onde vem,
  • quem o criou,
  • porquê,
  • qual o objetivo.

 

Então não será este um bom momento para percebermos de vez o que é a vida e o que queremos dela, e com quem queremos partilhá-la?

Então, será que não devemos agradecer a este vírus, por nos forçar a ver as coisas que não queremos ver?

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